Mastiff

Mastiff: uma raça especial

O Mastiff combina uma personalidade bem disposta com um físico impressionante

É na força que jaz a tranquilidade: apesar da sua enorme força física, o verdadeiro vigor do Mastiff não está nos seus músculos, mas no seu temperamento calmo. Este cão robusto e maciço observa e avalia atentamente o que o rodeia em vez de agir de imediato. Comportamentos impulsivos e mesmo agressivos não fazem parte da natureza deste gentil gigante.

Mastiff: Um cão absolutamente impressionante

Apesar da sua natureza bem-intencionada e personalidade meiga, a verdade é que o Mastiff inglês integra a lista de cães perigosos em alguns países europeus. No entanto não é o caso em Portugal e provavelmente por boas razões. O receio que os cães desta raça despontam é, sem dúvida, muito mais fruto do seu aspeto do que da sua personalidade. Não há dúvida que a cabeça e mandíbulas imponentes do Mastiff inglês impõe respeito. Além disso, um salto ou movimento brusco pode apanhar uma pessoa desprevenida e naturalmente causar danos. Assim, estes cães devem receber uma educação e socialização consistentes para que eles conheçam e dominem a sua força.

Um dos maiores cães do mundo

Com uma altura na cernelha que pode chegar aos 90 centímetros e com um peso de até 100 kg, o Mastiff é, sem dúvida, um dos maiores e mais pesados cães do mundo. De acordo com a FCI (Federação Cinológica Internacional) o Mastiff pertence ao grupo 2, secção 2: Molósside. A descrição da raça não define o peso desejado, pois a ênfase é a proporção corporal e a saúde do animal. Assim, estes cães não devem ter excesso de peso e o corpo deve estar equilibrado. Em termos ideais, o Mastiff deve ter um corpo largo, de construção poderosa e com músculos bem definidos.

Record mundial: O Mastiff Aicama Zorba La-Susa pesava, em novembro de 1989, 155,58 kg e tinha de altura 95 centímetros. Assim, o Zorba entrou para o livro do Guiness como o cão mais pesado do mundo.

Aspeto maciço e poderoso

O pelo curto, suave e rente à pele do Mastiff destaca os seus músculos. Por outro lado, os lábios descaídos, as orelhas inseridas na parte alta do crânio e a testa enrugada fazem sobressair o aspeto quadrado da cabeça deste enorme patudo. O pescoço bem musculado, cuja largura é pouco inferior à circunferência da cabeça, reforça a imponência dos Mastiffs.

Por fim, a cor da pelagem do Mastiff varia entre alperce, fulvo ou tigrado. No entanto, o pelo em torno do nariz, focinho e orelhas deve ser preto. É este contraste que forma a máscara típica dos cães desta raça. Demasiadas manchas brancas no tronco, peito ou nas patas são inaceitáveis para o padrão desta raça.

Mastiff: um cão impressionante e calmo
O enorme Mastiff é conhecido pela sua calma e por isso é chamado o gentil gigante.

Um cão de guarda e de família: calmo e corajoso

O Mastiff apresenta uma elevada tolerância aos estímulos. Assim, ruídos, situações inesperadas ou outros animais não perturbam este patudo. Na verdade, a calma, capacidade de autocontrole e elevada sensibilidade valeram a este patudo o apelido de “gigante gentil” em Inglaterra, de onde esta raça é originária. Estas características não só tornam estes cães excelentes companheiros para uma família, como também os indicam para trabalhar como cães de suporte terapêutico.

Ao contrário dos seus antecessores, que lutavam contra ursos e touros nas arenas da Antiguidade, o Mastiff não possui quaisquer características dos cães de luta. No entanto, a natureza calma e reservada destes enormes cães não significa falta de coragem. Pelo contrário, em situações em que o Mastiff sinta que os seus donos estão em perigo, ele não hesita em confrontar o possível agressor. Ainda assim, o Mastiff só ataca em casos de emergência. Em tais situações os cães desta raça podem de facto ferir com gravidade o agressor.

Mastiff: Cão de guarda e de família

O aspeto impressionante destes patudos combinado com o seu autocontrole e equilíbrio emocional tornam-nos ideais para funções de guarda. De facto, em Inglaterra usa-se frequentemente o Mastiff como cão de guarda. Por outro lado, em países onde esta raça é mais rara, o Mastiff é antes de mais um cão de família dada a sua personalidade bem-humorada e afetuosidade para com as pessoas. Mesmo as enormes dimensões deste patudo não o impedem de se aninharem junto dos donos para receber miminhos.

A capacidade de aprendizagem do Mastiff é notável

É simples treinar um Mastiff devido ao seu desejo de agradar e ao afeto que sentem pelos donos. No entanto, estes cães são inteligentes e por isso conseguem tomar decisões por si mesmos. Assim, não deve esperar uma obediência cega do seu Mastiff. No entanto, estes enormes patudos não costumam apresentar comportamentos agressivos ou rebeldes, pelo que os donos não têm razão para se preocuparem. Pelo contrário, a personalidade afetuosa dos Mastiff torna a vida em família muito agradável e divertida. Trata-se de cães muito sensíveis, que têm cuidado ao lidar com crianças ou idosos. Além disso, os Mastiff vivem tranquilamente com outros cães ou outros animais.

É preciso sublinhar que os Mastiffs precisam de tempo para construir a relação harmoniosa e próxima com as pessoas que aqui descrevemos. Apesar de bem-dispostos e calmos, os Mastiffs costumam manter uma certa distância de estranhos. Mas uma vez construída a relação de confiança o coração destes patudos gigantes vai estar para sempre com a sua família.

Mastiff: os cachorros precisam de uma educação consistente
Mesmos os calmos Mastiff precisam de uma educação consequente com muito carinhos.

Necessidades dos Mastiff: espaço e atenção dos donos

Além de uma dieta saudável e de visitas regulares ao veterinário, os Mastiffs não dispensam o exercício físico. Assim, o ideal é ter uma casa com um jardim grande onde o seu patudo possa brincar e correr à vontade. No entanto, as brincadeiras no jardim não substituem os passeios diários. É importante sublinhar que o exercício físico regular é absolutamente essencial para uma vida saudável.

Igualmente essencial para um Mastiff é estar na companhia dos donos. Trata-se de uma raça de cães muito carinhosos que precisam dos donos para se sentirem bem. Assim, estes cães não devem viver em canis.

Uma educação consistente e carinhosa

Os Mastiffs são cães sensíveis, por isso durante os treinos não deve gritar ou adotar posturas mais brutas. Este tipo de comportamento pode assustar este enorme patudo e comprometer os treinos. Assim, trate o seu Mastiff com calma e de forma carinhosa sem nunca se esquecer de o elogiar. Uma educação consistente e consequente é essencial para que o seu Mastiff cresça feliz e bem integrado na família. Os Mastiffs gostam muito de agradar os donos e por isso gostam de saber o que devem fazer. Uma educação sem regras claras vai deixar este patudo confuso.

Outro aspeto importante na educação do seu Mastiff é o período de socialização. Assim, quando for adquirir o seu Mastiff certifique-se que ele teve contato com outros cães, gatos, crianças, andar de bicicleta, correr e outras atividades do dia-a-dia. Assim o seu Mastiff não se assusta com facilidade quando for adulto. E apesar do tamanho, estes cães são extremamente fáceis de ensinar e treinar. Assim, a personalidade naturalmente calma, a empatia com crianças e o forte instinto protetor faz destes cães uma ótima escolha para um cão de família, assim como para cão de guarda ou auxiliar de terapia.

Cuidados com o pelo: Nada mais simples!

O tamanho destes patudos naturalmente desencoraja potenciais donos, e afinal eles precisam de imenso espaço. No entanto, os Mastiffs são pouco exigentes no que se refere aos cuidados com o pelo. Basta uma escovagem para deixar o curto pelo destes patudos limpo e além disso eles adoram as sessões de cuidados.

As partes que exigem mais cuidados são as dobras da pela, onde se podem alojar parasitas e sujidade. Assim, deve examinar e limpar regularmente estas zonas para prevenir infeções.

A constituição robusta do Mastiff

Em termos de saúde, esta raça é robusta e saudável. Os Mastiffs apresentam uma baixa probabilidade de desenvolver doenças genéticas. No entanto, tal como outros cães de grande porte, podem apresentar displasia da anca. Existem também alguns patudos que desenvolvem doenças cardíacas, mas a percentagem é também baixa.

Os Mastiffs também têm alguma tendência para apresentar torção gástrica. Para evitar este problema o melhor é dar várias refeições ao seu patudo ao longo do dia. Além disso, uma dieta equilibrada contribui naturalmente para uma vida saudável.

Cuidado com o excesso de peso!

Tendo em conta que os Mastiffs são por natureza cães pesados é importante que não desenvolvam excesso de peso. O peso a mais torna o patudo mais lento e sobrecarrega os ossos, o que por sua vez pode dar origem a outras doenças.

No entanto, são vários os fatores que influenciam a quantidade de comida que um cão necessita, como por exemplo a idade, estado de saúde ou nível de atividade. Assim, a alimentação deve ir de encontro às necessidades específicas de cada cão.

Além da ração seca ou da comida húmida, hoje em dia existem dietas alternativas para os cães, como a alimentação crua ou BARF. Neste tipo de dieta os patudos comem principalmente carne crua, de acordo com a sua alimentação original. No entanto, deve conhecer as necessidades nutricionais do seu cão para lhe dar a comida adequada. Assim, é aconselhável falar com o seu veterinário.

Mastiff: De cão de luta ao gigante gentil

Os especialistas estão em desacordo relativamente à origem destes cães devido a aspetos como a cor da pelagem dos Mastiffs entre outros. E de facto, a origem do Mastiff ainda não está completamente estabelecida.

Durante o Império Romano cães grandes e pesados, de aspeto semelhante ao Mastiff, eram usados como cães de luta e também na guerra. Pensa-se que mais tarde povos celtas e normandos os terão levado para a Grã-Bretanha, país de origem oficial desta raça.

No entanto, de acordo com outra teoria, o Mastiff é descendente direto dos antigos Molossos originários da Grécia. Os cães teriam chegado à Grã-Bretanha a bordo de navios mercantes vindos de Epiro e da Macedónia. Uma terceira teoria considera que o Mastiff descende do mastim tibetano. Por fim, uma quarta teoria defende que o Mastiff é uma raça de cães autóctone da Grã-Bretanha e que se desenvolveu naturalmente sem intervenção humana. Até hoje apenas a teoria de que o Mastiff descende do mastim tibetano foi descartada.

Mastiff: um cão grande e gentil
É difícil imaginar que na Idade Média estes cães grandes e gentis eram usados em lutas.

Mastiff como cão de luta

Mesmo que a origem do Mastiff não esteja totalmente esclarecida é possível conhecer a história desta raça desde a Idade Média. A primeira menção aos Mastiff surge no século 14 num tratado do primeiro Duque de Iorque, Edmund of Langley. No entanto, nessa altura todos os cães grandes com boca larga e cabeça quadrada eram denominados mastins. Sabe-se também que durante a Idade Média os cães com este aspeto desempenhavam várias tarefas na Grã-Bretanha, como por exemplo, na guerra, caça e como cães de guarda.

A primeira evidência da utilização dos mastins na guerra encontra-se na descrição da Batalha de Azincourt em 1415. No relato da batalha diz-se que um dos cães gigantes ficou ao lado do dono que estava gravemente ferido e protegeu-o de mais ataques.

Estes cães poderosos eram populares junto da nobreza para caçar ursos ou javalis. No entanto, estes cães também eram usados para o entretenimento da população em geral em lutas com ursos e touros. No século 16 encontravam-se nos arredores de Londres arenas construídas especialmente para esses espetáculos em que os mastins combatiam ursos, leões, touros e outros animais de grande porte.

Em 1835 o governo britânico proibiu estes espetáculos terríveis e a carreira dos mastins como cães de luta finalmente terminou. Mais ou menos na mesma altura em Inglaterra começa a criação do Old English Mastiff. Em 1872 é fundada a primeira associação dedicada a esta raça. É também neste período que os mastins são cruzados com São Bernardos, a raça responsável pelo lado mais calmo e afetuosos dos Mastiffs.

Perto da extinção

Sem os esforços dos criadores ingleses, esta raça teria provavelmente desparecido com a proibição das lutas entre animais. E na realidade, no período das duas guerras mundiais os Mastiff estiveram muito perto da extinção, pois nessa altura praticamente ninguém tinha a possibilidade de alimentar um cão como o Mastiff. Foi graças ao apoio do Canadá e EUA, onde viviam alguns exemplares destes cães, que foi possível retomar a reprodução no Reino Unido.

Atualmente a raça Old English Mastiff é considerada uma das mais antigas do mundo e ancestral de várias raças de grande porte, como por exemplo, o Dogue Alemão e o Bulmastife. Sendo também uma das maiores raças do mundo, não é fácil encontrar Mastiffs fora do Reino Unido.

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