Insuficiência pancreática em cães
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A insuficiência pancreática em cães manifesta-se, entre outras coisas, em problemas digestivos ou pelo facto de o seu cão estar constantemente com fome e, ainda assim, perder peso. Pode encontrar tudo o que precisa de saber acerca desta doença pancreática neste artigo.
Sumário
- Insuficiência pancreática em cães: é perigosa?
- Sintomas: como é que a insuficiência pancreática se manifesta nos cães?
- Diagnóstico da insuficiência pancreática: como é feito?
- Tratamento: a insuficiência pancreática em cães tem cura?
- Causas: o que causa insuficiência pancreática em cães?
- Prognóstico: qual a esperança de vida de cães com insuficiência pancreática?
- Prevenção: pode a insuficência pancréatica em cães ser prevenida?
Insuficiência pancreática em cães: é perigosa?
Quando o funcionamento do pâncreas é perturbado, surge, de acordo com o tecido afetado, insuficiência pancreática. Pode tratar-se de insuficiência pancreática endócrina, com produção hormonal comprometida, ou exócrina, quando a produção de enzimas digestivas está comprometida.
As duas formas estão associadas a determinadas consequências para a saúde que exigem atenção médica.
Nota: Nos cães, o termo “insuficiência pancreática” refere-se habitualmente à insuficiência pancreática exócrina (IPE), pois é a mais comum. Portanto, este artigo aborda mais aprofundadamente a IPE.
A insuficiência pancreática endócrina pode manifestar-se nos cães em diabetes. Encontra mais informação acerca deste assunto no nosso artigo sobre diabetes nos cães.
Pâncreas saudável: porque motivo é importante para os cães?
De forma a clarificar de que se trata a insuficiência pancreática em cães, é importante distinguir entre dois tipos de tecido pancreático e as suas respetivas funções:
- O pâncreas exócrino, juntamente com as glândulas acinares, constitui a maior parte da glândula. Produz enzimas digestivas importantes que digerem os componentes da comida, como as gorduras ou os hidratos de carbono.
- O pâncreas endócrino constitui apenas entre dois a cinco por cento da massa total. Ainda assim, tem uma função bastante importante: produz hormonas, como insulina, glucagon e somatostatina.
Quando a função do pâncreas está afetada, podem surgir problemas digestivos nos cães.
Quais as raças de cães mais afetadas pela insuficiência pancreática exócrina?
A IPE pode surgir em qualquer raça de cães em qualquer idade. No entanto, a insuficiência exócrina é especialmente comum em cães entre um e quatro anos de idade.
O pastor alemão e os collies de pelo curto têm predisposição para a doença a rondar 1%.
Sintomas: como é que a insuficiência pancreática se manifesta nos cães?
Os sintomas identificáveis da insuficiência pancreática apenas se manifestam quando entre 75 a 90% do pâncreas exócrino do seu cão vê a sua função limitada.
Entre os sinais típicos da doença contam-se as perturbações na digestão, acompanhadas por grande voracidade e, em simultâneo, perda de peso. Outra consequência da doença é a diarreia crónica, com fezes gordurosas (esteatorreia) notórias. As fezes são tipicamente volumosas, gordurosas a espumosas e acinzentadas.
Consequências para a pele e pelo
Se o seu cão não ingerir nutrientes e vitaminas em quantidade suficiente, não demorará muito até a qualidade da sua pele e pelo se ressentir. Não só perde peso como o seu pelo se apresenta baço e cai cada vez mais.
Perigo da autodigestão
Quando as enzimas digestivas se acumulam no pâncreas do seu cão, podem destruir este órgão.Trata-se da autólise ou autodigestão. Pode provocar sintomas graves, como vómitos e dor abdominal intensa.
Quando devo ir ao veterinário?
Se o seu cão tem diarreia constantemente ou se o seu estado de saúde geral se alterar, é tempo de consultar um veterinário.
É especialmente importante para cachorros e cães jovens, pois não dispõem de reservas de água suficientes. Portanto, o risco de desidratação é particularmente elevado nos animais jovens.
Diagnóstico da insuficiência pancreática: como é feito?
Recorrendo ao veterinário com os típicos sintomas da doença, como voracidade a comer e diarreia, as suspeitas de diagnóstico de insuficiência pancreática exócrina são normalmente estabelecidas. Para as confirmar, e após um exame clínico geral, são necessários outros exames.
Exame fecal
Se o veterinário enviar uma amostra das fezes do seu cão a um laboratório especializado, a deteção da elastase pancreática fecal canina (cE1) é posível. Em caso de ser detetada uma concentração acima de dez microgramas por grama de fezes, confirmar-se a presença de EPI.
Análise ao sangue
Uma análise ao sangue é indicada para confirmar os resultados do exame fecal. Esta permite à “imunorreatividade semelhante à tripsina canina” (cTLI) ser detatada no soro sanguíneo. O animal tem que estar em jejum nas seis a doze horas anteriores à recolha de sangue. Se assim não for, podem ocorrer concentrações incorretamente elevadas.
Tratamento: a insuficiência pancreática em cães tem cura?
Normalmente, a insuficiência pancreática endócrina não tem cura. Porém, alterando a dieta do seu cão a longo prazo, é possível permitir-lhe levar uma vida normal, com pouco ou nenhum desconforto.
Qual a comida mais indicada para cães com insuficiência pancreática?
Tendo em conta que os cães com insuficiência pancreática absorvem menos nutrientes, precisam de comer mais entre 20 a 100% do que antes de estarem doentes. A comida deve ser de fácil digestão.
Tenha atenção aos seguintes pontos:
- A comida deve ser pobre em fibra crua e gordura e ser, por outro lado, rica em proteínas de elevada qualidade, como gema de ovo, coalho magro ou carne magra.
- Após aconselhar-se com o seu veterinário, pode misturar enzimas digestivas especiais na comida. Estas estão disponíveis em granulado e em pó.
- Divida a dose diária total por várias refeições ao longo dia, pois é preferível o animal comer refeições mais pequenas.
Nota: consulte o veterinário para saber se é possível oferecer ao seu cão alimentos dietéticos especiais concebidos especificamente para animais com insuficiência pancreática.
Que medicamentos podem ajudar na insuficiência pancreática em cães?
A insuficiência pancreática endócrina em cães é por vezes acompanhada por deficiência de cobalamina, isto é, deficiência de vitamina B12. Já que esta deficiência pode limitar o sucesso do tratamento, é aconselhável fazer suplementação.
Além disso, o veterinário pode prescrever bloqueadores H2 para ajudar o animal a digerir gordura. Os antibióticos são usados caso se verifique crescimento bacteriano em excesso no intestino delgado.
Causas: o que causa insuficiência pancreática em cães?
Tanto a insuficiência pancreática exócrina como endócrina em cães pode surgir em consequência de um variado número de doenças.
- Em primeiro lugar, temos a pancreatite (inflamação do pâncreas), problema de saúde que provoca a cicatrização do pâncreas. Em resultado, o tecido afetado perde a sua função.
- A atrofia acinar pancreática é uma doença genética comum. A perda de células pancreáticas acinares ocorre com frequência na raça pastor alemão.
Outras possíveis causas para a insuficiência pancreática em cães
Existem outros motivos para a insuficiência pancreática exócrina em cães:
- Doenças autoimunes
- Remoção do pâncreas (pancreatectomia)
- Obstrução dos dutos pancreáticos por tumores ou parasitas
Prognóstico: qual a esperança de vida de cães com insuficiência pancreática?
Uma vez que o tecido pancréatico morra, não volta a crescer. No entanto, com as contramedidas certas, ainda é possível o seu cão ter uma vida sem restrições.
Prevenção: pode a insuficência pancréatica em cães ser prevenida?
Não é possível prevenir a 100% a insuficiência pancreática em cães. No entanto, tanto a alimentação como ter um cão respeitando as necessidades da espécie são dois fatores com um peso enorme na saúde do animal. Além disso, as idas regulares ao veterinário também são importantes para detetar possíveis doenças precocemente.
Dica: pese o seu cão regularmente
De forma a ter presente o peso do seu cão, deve pesá-lo regularmente. Anote os pesos para que os possa comparar ao longo do tempo.
Se o seu cão estiver a ganhar ou perder peso, apesar de fazer exercício e comer consistentemente, deve consultar um veterinário.
Fontes:
- Kohn B, Schwarz G (2017): Praktikum der Hundeklinik, 12., aktualisierte Auflage. Stuttgart: Enke Verlag
- laborparadocs.de
- tierarzt-michling.de
- tierarztpraxis-eckes.de
- idexx.de