Cães no escritório

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Não pode ler e-mails nem atender o telefone, mas a verdade é que ter a companhia de um cão no escritório pode contribuir para o aumento significativo da produtividade e do bem-estar dos funcionários. Descubra neste artigo como funciona esta questão, que direitos tem enquanto dono e funcionário e como poderá convencer o seu chefe e colegas acerca das vantagens da presença de cães no escritório.

Cães e trabalho a tempo inteiro: será que combinam?

Horas e horas à frente do computador, reuniões de equipa dolorosamente longas, visitas de clientes e o telefone constantemente a tocar: é este o dia a dia num escritório e, à primeira vista, não nos parece o ambiente mais indicado para um cão. Sabemos que qualquer cão requer a atenção total dos donos e também de passar tempo ao ar livre, tendo oportunidade de descontrair física e mentalmente, de acordo com as suas necessidades. Apesar da aparente contradição, os cães têm vindo a conquistar espaço em escritórios e é com naturalidade que se deitam confortavelmente por debaixo da secretária dos donos. São inúmeros os estudos a demonstrar que trabalhar na presença de um cão pode ser super vantajoso e ter um efeito positivo na produtividade e no ambiente da empresa. Além disto, também os animais beneficiam com a situação: passam menos tempo sozinhos, estão perto do dono e recebem mimos e atenção de várias pessoas. Todas estas são ótimas notícias para quem deseja ter a companhia do seu patudo no local de trabalho: se as condições forem as adequadas, cães e o dia a dia no escritório são dois mundos perfeitamente compatíveis.

Posso levar o meu cão para o escritório?

Além de algumas multinacionais que possuem a sua própria “dog policy” e que permitem explicitamente aos funcionários levarem os cães consigo para a empresa, não há legislação em nenhum país da Europa a abordar este tema. Se lhe é permitido ter a companhia do seu cão no escritório depende em grande parte da boa vontade do patrão. Naturalmente, a opinião dos seus colegas também conta – acima de tudo, o animal deve melhorar o ambiente de trabalho e não o contrário.

Convencer o seu chefe e colegas

Em pequenas empresas com apenas alguns funcionários e com um chefe fã de animais, possivelmente ele próprio dono de um patudo, levar o seu companheiro de quatro patas para o escritório não costuma ser um problema. Mas o caso muda de figura se falamos de empresas onde nunca um cão pôs as patas ou com muitos funcionários: a pergunta pode causar estranheza e não passar necessariamente pela aprovação direta do chefe. Porém, nada de desistir logo à primeira: com alguma paciência e bons argumentos, pode conseguir convencer os seus superiores e colegas. Se a resposta do seu chefe for positiva, está ultrapassado o primeiro obstáculo, pois é ele que tem a última palavra. No entanto, a vontade dos seus colegas deve também ser tida em conta. Se possível, fale com cada um individualmente, certifique-se de que nenhum dos colegas da sua equipa tem alergias ao pelo de animais e considere seriamente as suas objeções. Com compreensão mútua e confiança poderá conseguir convencer o crítico mais feroz, apresentando-lhe os seguintes argumentos – que, já agora, estão cientificamente comprovados.

Bons argumentos a favor da presença de cães no escritório

  • A presença de um cão tem um efeito tranquilizante e está provado que é sinónimo de descontração e de menos stress no quotidiano do escritório. Na presença de um cão, as pessoas são mais calmas e amigáveis; os colegas não se enervam tanto e são mais sensatos uns com os outros.
  • Os cães contribuem para um bom ambiente de trabalho – e esta afirmação está comprovada. Fontes de harmonia, bom humor e tópicos de conversa comuns, fortalecem o espírito de equipa entre os colegas de duas patas.
  • As carícias ocasionais ao animal não só proporcionam pequenas pausas para reflexão como libertam oxitocina (hormona do bem-estar). Ao ficarmos mais relaxados prosseguimos com o trabalho mais concentrados e produtivos.
  • As pausas são usadas para passeios ao ar livre, que promovem a saúde e a criatividade dos funcionários.
  • Os riscos e as despesas associadas a doenças relacionadas com o trabalho e o stress, como dores de cabeça, sintomas de exaustão, problemas digestivos, pressão arterial alta e burnout, são reduzidos com um cão no escritório (fonte: estudo da Universidade de Buffalo, Nova Iorque, Estados Unidos da América; Bundesverband Bürohund).

Quais os requisitos para o meu cão poder permanecer no escritório?

Para que o seu patudo se torne num cão de escritório bem-sucedido com, como já referimos, um efeito positivo no trabalho de todos os funcionários da empresa, é natural que tenha de responder a alguns requisitos. Um cachorro tempestuoso que destrua o mobiliário do escritório ou um cão agressivo que cumprimente qualquer colega ou cliente com rosnados ou latidos certamente não ajuda a reduzir o stress. É conveniente o patudo já ter uma certa idade, isto é, não ser um cachorro nem um jovem adulto. Além disso, deve estar bem treinado, dominar os comandos básicos de obediência e, acima de tudo, estar bem socializado. É imperativo que seja amigável com pessoas, não se comportando de forma agressiva, nervosa, assustadiça ou territorial. De resto, o animal deve dar-se bem com o facto de não ser sempre o centro das atenções ou no caso de o dono ter de se ausentar do escritório para uma reunião. É útil se algum colega não se importar de dar um olho no patudo durante a sua ausência.

Como dono é importante compreender que nem todos os seus colegas são fãs de cães ou de animais no geral. Porém, ao comportar-se de forma exemplar, aceitando todos em seu redor pelo que são e mostrando-se calmo e recetivo, o seu patudo irá conquistar toda a gente no escritório. Se tem dúvidas relativamente ao comportamento do seu cão o melhor é adiar o projeto “cão no escritório” e dedicar-se, em primeiro lugar, ao treino das competências básicas de obediência. Frequentar uma escola para cães pode ser vantajoso em muitos casos.

Quais os requisitos a cumprir pelo escritório?

Além do cão, também o local de trabalho tem que responder a determinados critérios para que tanto o animal como os funcionários se sintam confortáveis. É essencial existir espaço suficiente no escritório e também uma área de descanso para o patudo, como um cesto ou uma manta perto da secretária do dono ou uma caixa de transporte. Esta zona deve ser permanente e não se localizar na passagem. O comedouro e o bebedouro devem igualmente ter uma localização fixa – é importante que as refeições sejam feitas sempre no mesmo sítio, seja num canto do escritório ou na copa. Além disto, é fulcral que o escritório seja bem ventilado e não demasiado quente no verão. Zonas verdes na vizinhança farão toda a diferença; assim, o patudo poderá brincar e correr durante as pausas. Por fim, esteja atento à saúde do seu cão: animais com propensão para problemas nas articulações não devem subir escadas com frequência. Caso o seu escritório esteja localizado num andar alto e o edifício não tenha elevador, digamos que não é o local mais indicado.

Dicas para ultrapassar os momentos de aborrecimento no escritório

Satisfeitos todos os requisitos externos, sendo o patudo bem-comportado e depois de tanto chefe como colegas terem aprovado a situação, não há nada que o impeça de levar o seu cão para a empresa. No entanto, pense de antemão em estratégias para manter o animal feliz no dia a dia. Obviamente, o cão deve ser calmo e descontraído e não exigir a sua atenção e entretenimento a toda a hora – afinal de contas, está no escritório para trabalhar. De qualquer modo, existem pequenas tarefas que o animal pode desempenhar para se sentir útil e parte da equipa. Talvez se divirta a apanhar bolas de papel (documentos que já não interessam) e a deitá-las no caixote do lixo. Com alguma prática ensine-o, por exemplo, a fazer pequenos recados, como abrir portas ou apagar e acender luzes. Através de recompensas positivas, como guloseimas, ou do treino com clicker, pode praticar estes, e outros, truques em casa. Por fim, mas não menos importante, não se esqueça que brinquedos, ossos para roer e pequenos e saudáveis snacks oferecem diversidade ao dia a dia.

Como habituar o meu cão ao quotidiano do escritório?

Para que seja bem-sucedido a trabalhar na companhia do seu patudo, assegure-se que a familiarização decorre com suavidade. Não faz sentido, de um dia para outro, arrastar o animal para a empresa para lá permanecer durante oito horas. Até o cão mais relaxado e flexível se sentirá sobrecarregado. Permita que animal e colegas se habituem calmamente uns aos outros; nos primeiros dias, só deve permanecer na empresa durante algumas horas. Para uma habituação positiva para ambas as partes, discuta a estratégia para os primeiros dias e semanas com o seu chefe. Talvez lhe permita trabalhar no escritório apenas durante a manhã e ficar em teletrabalho o resto do dia. Se a sua presença na empresa for necessária por várias horas, talvez queira contratar um dog sitter ou deixar o animal num centro de dia – tudo para que inicialmente só permaneça algumas horas por dia na empresa. Gradualmente, aumente o número de horas diárias de permanência. Quando todos os critérios estiverem satisfeitos e o patudo continuar a exercitar-se fora do escritório, é bastante provável que rapidamente este possa passar todo o dia a seu lado.

Em resumo, cão no escritório é sinónimo de bem-estar

Uma coisa é certa: a presença de um cão no escritório é enriquecedor em muitos aspetos, e ao longo do tempo que vão passando juntos, não só contribui para a satisfação de dono e animal como também para o bem-estar e motivação de todos os funcionários. Transmita aos seus colegas que não é o único responsável pelo bem-estar do patudo, mas sim toda a equipa. O espírito de grupo sai fortalecido e cria um sentimento de confiança mútua. Esteja sempre atento às sugestões e preocupações dos seus colegas. Se estes mostram receiam em relação a piolhos ou parasitas, apresente-lhes um certificado do veterinário a atestar que o animal é saudável e está livre de parasitas. Um certificado da frequência de aulas numa escola para cães pode também convencer alguns dos críticos. Caso os colegas se mostrarem incomodados com o cheiro do cão, faça o que estiver ao seu alcance para a boa ventilação do espaço e, acima de tudo, cuide do pelo de uma ponta à outra do corpo. Cães bem cuidados cheiram menos e promovem um ambiente agradável – não apenas no escritório, mas também entre os colegas.

Boa sorte e força para que possa ter a companhia do seu cão no escritório!

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